Entrevistas que fazem pensar
Fiquei surpreso e honrado
com o convite da minha querida amiga-de-fé, caminhada e projetos, Maria
Lúcia Gomes de Matos, para escrever este prefácio. Sou economista,
e hoje empreendedor social, e não tenho o dom da escrita. Mas o que escreverei
aqui é de coração.
Conhecemo-nos, através de amigos em comum, na PUC-Rio, onde eu estava,
no final de 1999, fazendo os primeiros contatos para parceria em projeto que,
naquela época, existia apenas no papel.
Como todos os sonhos e utopias da vida, o AMAI-VOS era simplesmente um projeto que buscava adesões e recursos para se viabilizar. Queríamos propagar o amor como valor supremo na sociedade contemporânea, independentemente de cultura, de etnia e de religião, e ajudar no combate à pobreza e às desigualdades sociais no Brasil. Para isso, usaríamos a inteligência e a tecnologia. A fé sem obras é morta, já dizia a Epístola de São Tiago.
Um projeto novo, sem subordinações institucionais, sem recursos, mexendo em áreas sensíveis como a da religião...
As adesões começaram aos poucos, timidamente, com muita cautela e desconfiança. Como assim? Internet? Parceria com o UOL? Padre on-line? Orientação espiritual on-line? Não pode... Professor e Médico on-line...? Nossa, quantos não pode e quantos nãos nós enfrentamos e tivemos de digerir e superar.
Maria Lúcia foi uma das primeiras pessoas que aderiram ao nosso trabalho. Ela acreditou no conceito e nas propostas do AMAI-VOS desde a primeira hora, do primeiro instante. Como responsável pela área de Entrevistas, ela fazia um trabalho silencioso e solitário, buscando pessoas que pudessem contribuir com o nosso projeto. Como aqueles heróis, ou em linguagem católica, santos, que ninguém vê, muitos não sabem ou não percebem o que estão fazendo, mas eles estão por aí, em todos os cantos do mundo.
A cultura contemporânea tem valorizado o ter, o saber, o aparecer... E as pessoas que lutam por ideais, por amor, por ética e por solidariedade têm ocupado espaços menores aos olhos da sociedade. Mas, graças a Deus, pessoas como Maria Lúcia ainda existem, sempre existiram e vão continuar a existir. Caso contrário, a vida perderia o seu sentido mais profundo.
O conteúdo das entrevistas e a sua forma refletem esses ideais pelos quais lutamos. Éramos poucos, com ínfimos recursos humanos e materiais. Crescemos um pouco, ganhamos adesões importantes de pessoas e instituições e continuamos na nossa estrada e na nossa luta. Os resultados têm sido muito gratificantes, principalmente quando vemos pessoas carentes de alguma forma, de todos os cantos do Brasil e do mundo, sendo confortadas humana e espiritualmente com o nosso trabalho e os nossos serviços.
À Maria Lucia, nossa irmã de caminhada, o nosso mais sincero e profundo agradecimento por estar com a gente nessa luta. Pela sua grandeza humana e espiritual, pela sua ética, pela sua dedicação, pela sua garra e pelo seu carinho de sempre. Em nome de toda a nossa equipe!
Tony Piccolo
Projeto Amai-vos