Normas de documentação aplicadas à área de Saúde
Um manual para uso dos Requisitos Uniformes do International Committee of Medical Journal Editors...
Maria Júlia Kaimen, Ivone Di Chiara, Ana Esmeralda Carelli e Vilma da Cruz
A ciência
como produto da observação e sistematização do homem
tem a informação como ponto-chave para sua comunicação
e visibilidade. Portanto a comunicação científica é
parte inerente da ciência, pois a validação do conhecimento
científico ocorre pela avaliação dos pares. Para produção
do seu discurso, a apresentação e disseminação dos
resultados de suas pesquisas, o pesquisador necessita ter a disposição
padrões e formatações.
No intuito de
contribuir para tal processo, este livro tem como objetivo sistematizar o uso
de normas de apresentação de trabalhos acadêmicos à
luz dos Requisitos de Vancouver, destacando que esses requisitos se aplicam
particularmente aos padrões e normas de referências e citações.
Nos demais procedimentos necessários para a elaboração
de um trabalho acadêmico que exigem normalização, tais como
numeração progressiva de um documento, elaboração
de sumários e índices, apresentação tabular e gráfica,
serão utilizados normas e padrões de documentação
vigentes nacionalmente, com adaptações, quando necessárias,
aos princípios dos Requisitos de Vancouver.
É necessário
destacar que, com relação às normas de citações
apresentadas nos Requisitos de Vancouver, as autoras, baseadas em suas experiências
sugerem uma adaptação necessária, considerando que tais
normas se aplicam basicamente aos artigos de periódicos que, pela sua
natureza, devem ter número de páginas significativamente menor
que um relatório acadêmico de mestrado e/ou doutorado, sendo a
citação numérica extremamente adequada.
No entanto, quando
se trata de um relatório de pesquisa para a obtenção de
títulos de pós-graduação stricto sensu, sejam
dissertações, sejam teses de doutorado ou livre docência,
a dificuldade de trabalhar com chamada numérica em citações
é imensa em razão da extensão que normalmente devem ter
esses trabalhos. Nesses casos, a chamada autor-data se torna mais desejável
tanto pela facilidade de elaboração quanto pela rapidez com o
que o leitor, normalmente membro da banca de avaliação, pode identificar
os autores citados e o ano da citação, facilitando a compreensão
e a pertinência da mesma.
Por outro lado,
sabe-se ainda que a maioria dos programas de pós-graduação
nacionais exige, ao final, que esses relatórios (dissertações
ou teses) sejam disseminados em formato de artigos em periódicos científicos
por serem essas publicações os veículos de comunicação
por excelência. A importância dos periódicos é reconhecida
desde o seu nascimento até os dias atuais, como expressão da produção
intelectual e como canal de transferência de informação
no processo de comunicação científica que exige precisão
e agilidade. Suas funções básicas de registro e memória
da ciência, propriedade intelectual e primazia da autoria, bem como a
comunicação entre pares como aferição de status
e reconhecimento pelos mesmos não se alteraram até a atualidade,
com as redes de comunicação e os periódicos eletrônicos.
Sendo assim, o
transformar um relatório com um número significativamente maior
de páginas editadas e autores citados em um artigo com um número
limitado de páginas e de citações, como é a realidade
dos periódicos de alto fator de impacto, é extremamente simples.
Ao contrário, sendo o relatório elaborado com chamadas numéricas,
a retirada de um autor, nesse processo de síntese e redução,
torna-se bastante complicado, exigindo atenção e trabalho redobrado
o que nem sempre os estudantes conseguem executar a contento.
Ainda assim, o
livro contempla as duas formas, deixando ao acadêmico o livre arbítrio
para a escolha daquela que mais lhe convier.
O livro está
dividido em capítulos. O Capítulo 1 dá início aos
aspectos gerais da pesquisa científica destacando algumas modalidades
de pesquisa mais utilizadas na área da saúde, sem a pretensão
de aprofundar o assunto, e dando maior ênfase à pesquisa bibliográfica
e à apresentação de resumos, importantes para a disseminação
dos trabalhos acadêmicos.
Na seqüência,
aborda-se a estrutura de um trabalho acadêmico de cunho científico
com exemplos desde a capa e folha de rosto até a análise dos dados
e considerações finais de um trabalho.
O Capítulo
2 tem por objetivo orientar o acadêmico na elaboração das
referências, e na apresentação das citações,
em chamada autor-data e chamada numérica.
Por último o Capítulo 3 apresenta modelos e exemplos dos componentes
das partes pré-textuais de um trabalho acadêmico.