Auto-história - 2.ed.
Este livro surgiu originalmente
de algumas notas de pesquisas sobre Biografia Histórica, ganhou pouco
a pouco densidade e desenvoltura sem que seu autor ainda tivesse intuído
seu lento mas contínuo desabrochar.
No início, a idéia
era tão-somente a de registrar em glossário vocábulos que
ilustraram parte do vocabulário de uma geração, a qual
pertence o autor. Todavia, dos registros de nomes, aos poucos fui desenvolvendo
recordações de fatos e situações que me pareceram
tipificarem a vida e os costumes dos anos em que transcorreram a Segunda Grande
Guerra Mundial, 1939-1945.
Embora representativos
de uma parcela dessa geração, alguns episódios foram de
cunho tão pessoal, que resolvi dar um tratamento mais individual, registrando-os
como lembranças pitorescas.
A questão entre Egohistória, Biografia, Autobiografia e o que denomino de Auto-história surgiu no decurso do trabalho e não me pareceu justo comigo mesmo deixá-la de lado. E apresentá-la é um caminho para que me empenhe no sentido de retomar essa discussão, e ao mesmo tempo ficar na expectativa de receber as sempre bem-vindas contribuições de outros estudiosos, de maneira que se possa atingir um nível de compreensão que atenda às expectativas geradas por essas mal traçadas linhas.
Nota à Segunda Edição
Esta segunda edição de Auto-história contém um capítulo novo. Trata-se de uma ampliação da parte referente aos aspectos autobiográficos na linha do que aqui se convencionou designar de auto-história, isto é, de uma visão engajada da inserção do narrador em seu tempo. Assim, esta edição incorporou esses dados da trajetória pessoal do autor, cujo objetivo é o de exemplificar de forma ainda mais reforçada as considerações acerca dos vários casos a envolver o itinerário de individualidades, no trato da História, especialmente do diversificado campo das biografias.
São fragmentos de memórias
de instantes que marcaram a vida do autor e influíram sobremaneira na percepção
das coisas e das pessoas, seja na condição de cidadão ou de profissional da
História. A viagem, a prisão e o exílio forçado representam três momentos complementares,
de maneira que a apreensão desses instantes não pode ser dissociada, como não
podem ser dissociados as relações sociais ou os compromissos entre o fazer e
o sentir. Por julgar que tais relatos ajudam a compreensão do trabalho memorialístico
é que se agregou este adendo, sob forma de capítulo à parte.
Lincoln de Abreu Penna.