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Políticas estratégicas de inovação e mudança estrutural - vol. 1

Sustentabilidade socioambiental em um contexto de crise

José E. Cassiolato, Maria Gabriela Podcameni, Maria Clara C. Soares

O propósito central deste livro é analisar a importância e o escopo de novas políticas estratégicas de inovação para o Brasil pensadas à luz das mudanças na geopolítica mundial e a partir de uma perspectiva de desenvolvimento de longo prazo.

O mundo, em 2007/2008, chegou ao ápice de uma crise que vem se construindo ao longo dos últimos 30 anos. Essa crise é resultado da superacumulação de capital acompanhada de um crescente ganho de participação relativa das finanças sobre a economia real, processo conhecido como financeirização da economia. Em meio a esse contexto, tem-se a incorporação da produção de commodities no circuito de ativos financeiros, commodities essas que, ao longo dos anos 2000, passaram por um processo de valorização sem precedentes. São diversas as explicações já levantadas para esse fenômeno, mas a dinâmica efervescente das finanças observada desde os anos 1980 parece ter penetrado na indústria de commodities, impondo seu viés curtoprazista e especulativo, descolado da atividade produtiva.

Essas mudanças recentes na economia e na geopolítica internacional deram fôlego às visões teóricas que colocam ênfase no papel do Estado como regulador e, principalmente, agente central na definição de estratégias de desenvolvimento das economias nacionais. Os problemas de regulação do capital financeiro e sua relação com a capacidade produtiva colocaram novamente em xeque os pressupostos liberais. As mudanças no regime produtivo da economia global e na sua distribuição espacial, representadas, principalmente, pelo aumento de importância relativa dos Brics, reforçaram a importância do papel do Estado como agente de desenvolvimento e dos instrumentos de poder de compra do governo.

Por outro lado, as evidências crescentes de limites ambientais apontam para o esgotamento do paradigma produtivo baseado na exploração intensiva de recursos naturais, especialmente os não renováveis. Tais tendências reforçam a necessidade de uma transição para um paradigma produtivo centrado numa economia de baixo carbono e em recursos energéticos renováveis. O ritmo da mudança tecnológica, assim como as novas exigências por uma economia social e ambientalmente sustentável, são temas analisados neste livro, que corroboram a premência da construção de um novo arcabouço de políticas de inovação para o desenvolvimento social e ambientalmente sustentável.

Além dos textos introdutórios, o livro conta com 15 capítulos que abordam os diferentes aspectos relacionados ao contexto de crise internacional desencadeado em 2008. É possível afirmar que as análises se concentram em torno dos seguintes eixos temáticos: intensificação do processo de financeirização da economia, crise ambiental e esgotamento do atual paradigma tecnoprodutivo.

O livro está organizado em duas partes. A primeira, composta por seis capítulos, é de cunho mais geral, enquanto a segunda destaca a experiência brasileira e se concentra em cadeias produtivas específicas.

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