Políticas estratégicas de inovação e mudança estrutural - vol. 2
Uma década de evolução dos Arranjos Produtivos Locais
Marcelo G. Pessoa de Matos, Elaine Borin, José E. Cassiolato (Org.)
Há 15 anos, a Rede de Pesquisa em Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais (RedeSist-IE/UFRJ) vem elaborando estudos buscando desvendar a diversidade de dinâmicas produtivas e inovativas do Brasil, bem como propor políticas para o desenvolvimento econômico e social brasileiro. Tal esforço tem sido balizado pelo referencial analítico de Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – ou sua variante Arranjos Produtivos Locais (APLs) – criados por esta rede.
O programa de pesquisa em APLs se propõe a contribuir para a dinamização das capacidades sociais de inovação nos diversos territórios locais e a promoção do seu desenvolvimento.
Este livro identifica e analisa a evolução de diferentes APLs ao longo de uma década, discutindo quais foram os processos de transformação por eles trilhados, as políticas implementadas e seus resultados. Em especial, é discutido como evoluiu a estrutura institucional e qual o papel articulador e dinamizador que esta tem desempenhado. Este trabalho contribui substancialmente para o contínuo amadurecimento das políticas que promovam o desenvolvimento virtuoso e sustentado dos Arranjos Produtivos Locais no Brasil.
Os estudos de caso apresentados trazem uma série de desafios colocados para se pensar uma nova geração de estratégia de políticas de transformação dessas estruturas. Os leitores são convidados a refletir sobre tais ações e a importância que tem o Estado e sua interação com a institucionalidade constituída em cada APL na concretização de tais políticas. Estas devem ser focadas na inovação, no aprendizado social, no fortalecimento das capacidades sociais e na articulação de conhecimentos codificados e tácitos, científicos, tecnológicos e tradicionais. Elementos fundamentais para assegurar um processo social de desenvolvimento local.
As reflexões às quais convida este livro convergem com os esforços mobilizados no último decênio de se perseguir uma estratégia de desenvolvimento inclusivo e sustentado. Em um “projeto nacional” de longo prazo, focado na diversidade produtiva, social, cultural e natural do país, os Arranjos Produtivos Locais se colocam como um vetor-chave.