capa do livro

Joaquina a corujinha de muitos anos

Paulo R. T. Borges

O envelhecimento populacional é um fenômeno que vem se espalhando no mundo desde o século XX e, no Brasil, mais fortemente desde os anos 1970. Avanços na medicina, urbanização, saneamento, nutrição, consciência social e higiene pessoal têm contribuído para quedas contínuas nas taxas de fecundidade e de mortalidade da população na maioria dos países, produzindo significativa mudança em seus perfis demográficos. O percentual de idosos cresce mais do que outras faixas etárias, causando o envelhecimento populacional.

Ora, se estamos vivendo mais, não basta acrescentar anos à vida, mas também acrescentar vida a esses novos anos. E uma das importantes iniciativas para isso é a promoção do envelhecimento saudável. O que é isso? Significa o idoso, em comunhão e acolhido pela sociedade, buscar oportunidades para envelhecer mantendo o máximo de sua capacidade funcional (as habilidades físicas e mentais necessárias para uma vida independente e autônoma) e de sua qualidade de vida (que inclui a saúde, mas também segurança e oportunidades de aprendizagem e participação). Sabemos que essas condições podem variar muito de um idoso para outro. Isso faz com que não haja uma única velhice, mas velhices.

Neste livro, Joaquina busca conduzir sua vida diária com as possíveis independência e autonomia, realizando atividades que vão desde as de autocuidado e as domésticas básicas até as mais complexas, que envolvem trabalhos, voluntariados, viagens, prática de esportes e outras atividades sociais. Apesar de esperta, ativa e bem-humorada, a corujinha também passa por momentos difíceis frequentes na velhice, quando então se torna mais necessário o apoio de pessoas à nossa volta.

Nesse sentido, considero bastante educativo o relato do cotidiano da corujinha “de muitos anos”, aqui tecido com consistência por Paulo e ilustrado com ternura por Antonella. Com alegria e disposição de viver, Joaquina nos incentiva a ver a velhice como uma fase natural da nossa existência, que pode e deve ser plena de vida. E isso precisa ser aprendido logo por leitores de todas as idades, promovendo a construção de uma sociedade que seja boa para pessoas de todas as faixas etárias.

Renato Veras
Médico, pesquisador, professor e diretor da UnATI/Uerj

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