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Pensamentos Ecológicos

Carlos José Saldanha Machado

Vivemos em uma época da política global em matéria de ecologia, saúde, educação, economia, tecnologia e vigilância digital, conhecida como globalização, um mundo resultante de uma perspectiva antidemocrática inerente ao neoliberalismo. Com a ascensão de atitudes e políticas que ameaçam seriamente ideias inerentes às sociedades democráticas, com variações regionais, as questões centrais são: o que é uma sociedade justa na fase contemporânea da Era do Capitaloceno? Quais são as bases de uma convivência planetária digna para todos os habitantes da Terra, humanos e não-humanos? Como realizar esta política e ética globais? Seria suficiente criar uma nova ordem mundial baseada na proposta ecotecnocrática de uma economia capitalista “verde”, na produção de cada vez mais riqueza e em bens materiais distribuídos “equitativamente”? Ou será necessário repensar a cultura e as tradições que fundamentam a ética nas sociedades humanas atuais? Diante de uma civilização industrial tão brutalmente materialista, que degrada aceleradamente as bases materiais de nossa vida comum com uma indiferença quase ilimitada, não será necessário repensar o sentido da existência humana e da História, sobretudo, em uma sociedade autoritária, oligárquica, violenta, sexista, racista, hierarquizada e latifundista como a brasileira, com mais de três séculos de regime escravocrata em sua formação histórica?

Com este livro, o autor espera contribuir para o reconhecimento de que as ciências sociais (sociologia, antropologia, ciência política), com seus conhecimentos – que são críticos da realidade e não podem deixar de sê-lo sem trair seu ethos –, e as filosofias, com suas reflexões, não são elaborados como uma ameaça, mas sim como recursos epistêmicos potentes para ajudar na transformação da sociedade, desde que mulheres e homens queiram se autogovernar, visando à autogestão, a um outro sistema social e a um outro modo de vida, no qual se respeite o meio ambiente, os povos indígenas, as populações etnicamente diversas e uma imensa variedade de manifestações culturais.

Nunca devemos deixar nossos sonhos de justiça, de bem-estar das pessoas e dos animais e de uma casa comum sustentável, a Terra, morrerem, mesmo convivendo com muitas dificuldades que problematizam a experiência democrática no Brasil. Um outro mundo é sempre possível!

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