Fragmentação e Resistência
O Brasil e o mundo no século XXI
O livro que tenho o prazer
de apresentar aos leitores, entre tantos méritos, apresenta-se como um
verdadeiro "mapa" para a leitura dos objetivos, métodos e ações
da política externa norte-americana no momento da transição
entre as estratégias típicas da época da Guerra Fria (1947-1991)
e na Nova (?) Ordem Mundial baseada no poder da única potência,
ou hiperpotência, norte-americana. Neste sentido, a identificação
de "novos" inimigos ideológicos, a organização
de uma nova forma planetária de guerra e a luta mundial contra o terrorismo
de George W. Bush surgem como as evidências mais claras do admirável
mundo novo que emerge após a dissolução da URSS, em 1991.
(...) Para Charles Pennaforte, um autor capaz de mesclar com equilíbrio
e acuidade, a crítica política e a narrativa histórica,
não basta, contudo, a "evidenciação" dos novos
métodos de ação da nova hiperpotência. Cabe, fundamentalmente,
aclarar os mecanismos internos - nos principais cenários off-empire -
de sedução e consentimento com que as elites locais são
convencidas a ceder ante os interesses globalizantes de um grande império.
Assim, a análise dos impactos das transformações mundial,
seja no Brasil, seja na Rússia, aclaram os métodos de "alargamento"
da Nova Ordem Mundial na Era Bush.
Charles Pennaforte dedicou-se, com afinco e obtendo resultados altamente esclarecedores,
sobre um dos mais complexos processos da história: a análise dos
mecanismos de constituição de uma nova hegemonia mundial. Sua
questão norteadora ancorava-se no desvendar dos objetivos da dominação
na era da globalização: como a "vitória" americana
na Guerra Fria, como a vitória dos aliados em 1945, ilumina o mundo que
emerge aos nossos olhos.
Francisco Carlos Teixeira