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Marcas de diferença

Subjetividade e Devir na Formação de Professores

Antônio Menezes

Marcas de diferença: subjetividade e devir na formação de professores foi elaborado constituindo-se como uma provocação radical frente à partilha da necessidade de modelos e projéteis ligados à formação de professor tão comum entre os governos e/ou responsáveis pelas políticas de educação no Brasil. Entretanto, o principal objetivo deste livro é despertar o interesse de pesquisadores quanto aos processos de microrrupturas e de devir ocorridos na vida de professor. Parto do principio de que é fundamental estudar a vida de professor, considerando-se um outro discurso a respeito da subjetividade humana: não mais como uma unidade, como essência, como permanência e universalidade.

Neste sentido, dado a predominância de estudos realizados em educação que são voltados aos princípios da “identidade” e da “representação”, venho procurando inserir olhares específicos sobre os movimentos de “individuação” do estar-sendo-professor na contemporaneidade, provocando releituras em torno de conceitos centrais relativos aos discursos sobre a formação de professores nesta última década.

Por conseguinte, é fundamental nessa tarefa analisar a relevância e a pertinência da utilização da história de vida como suporte metodológico para a compreensão mais bem ampliada a respeito da vida de professor, suas marcas, microrrupturas e devir na formação.

Por fim, a principal questão colocada aqui é a da formação de professor. Não uma formação que relacione o professor ao estado de portador de uma subjetividade mediada ou delimitada pelo princípio da “identidade”, mas aquela formação que se engendre e se constitua “mergulhada” no princípio do “devir”. Isso porque, no princípio do “devir”, “nada é igual, [...] tudo se banha em sua diferença, em sua dessemelhança e em sua desigualdade, mesmo consigo” (DELEUZE, 2000:313).

Assim sendo, a formação é ela mesma uma multiplicidade, um “devir” segundo o qual cada indivíduo nunca está completamente desenvolvido. Tal perspectiva possibilita pensar a constituição da subjetividade como inserida num plano de referências cruzadas em que as microrrupturas, o devir e os agenciamentos são fundamentais nos arranjos de fluxos de forças, próprias àquela figura existencial chamada aqui de professor. Entretanto, cabe ainda concentrar esforços em torno dos seguintes problemas: o que dizem os professores a respeito dos processos de microrrupturas e de devir experienciados no âmbito de seu desenvolvimento pessoal e profissional? De que maneira esses processos de microrrupturas e de devir afetam as práticas de ensino e as práticas de formação de professores? Quais nuanças (limites e possibilidades) tais reflexões trazem à tona diante da emergência de novos conceitos relativos à formação no âmbito da docência?

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