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Museus de interfaces

A fênix das cinzas até os bits

Eduardo Ariel de Souza Teixeira e Leonardo Marques de Abreu (Orgs.)

Em que contexto o livro foi terminado? O mundo parece estar parado, por conta de uma pandemia da COVID-19. Muitos em suas casas, decretos que restringem a circulação da população, poder público com mensagens ou orientações desencontradas, episódios surreais pela Zona Sul do Rio exaltam o carpe diem (desacreditando o vírus) e os veículos de comunicação não cessam de divulgar os horrores do contágio exponencial – sem saber onde isso tudo irá parar. De diversas telas assisto o número de mortos baterem aqui em casa. Já perdi um colega para a doença e recebi notícias do drama da minha médica, lutando por sua vida em um CTI. Vejo minha esposa sair para trabalhar, afinal os profissionais da saúde estão na linha de frente – e aí meu coração se aperta. Como meus filhos recebem isso tudo? Preocupo-me com os idosos, entre eles minha mãe, e além dela imagino como cada jovem deve olhar para isso. Para que futuro eles irão enxergar no horizonte? Também não canso de considerar como cada professor e funcionário da ESPM está passando por esse momento. Dito isso, por meio de tal clausura só resta fechar os olhos e deixar o pensamento ir.

Para explicar por onde andam os pensamentos, peço licença como um dos autores do livro para contar; assim volto no tempo. Lembro de meu pai (Christiano Ariel Teixeira) em museus durante 1981, por quase 30 dias – quando estávamos nos EUA, exatamente em Washington e New York. Mamãe (Maria Helena de Souza Teixeira), minha irmã (Flavia de Souza Teixeira), meu primo (Marcus André Teixeira) e eu, tínhamos muita dificuldade em compreender como uma pessoa podia ficar por volta de 20 minutos ou mais em frente a uma tela; meu pai podia. Agora, considere quantas existem nos museus. E quanto às esculturas! Elas eram uma categoria à parte, pois papai era escultor e professor da mesma disciplina no Parque Lage.

Enfim, o tempo para Christiano Ariel seguia em um ritmo diferente. Ele era capaz de fazer esculturas enormes, lindos monumentos que ocupam o espaço público até hoje (p.ex., Lions Club no Centro do Rio) e de cantar ópera em um vagão do metrô – somente para se divertir. Também observava obras de arte e figuras diferentes nas janelas dos prédios, enquanto dirigia o carro, conforme relato de minha mãe (destaco que tais ações no trânsito devem ser evitadas, mas o caso se aplica aqui como retórica). De qualquer modo, essa era um pouco de sua personalidade. Sendo assim, durante o meu período da quarentena imposta (com toda a razão) pelas autoridades públicas, pude parar e me lembrar.

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