capa do livro

Fabulações eletrônicas

Poéticas da comunicação e da tecnologia em Laurie Anderson

Fernando do Nascimento Gonçalves

“Desde as suas primeiras atraentes esculturas e performances de rua, até os álbuns de estranhas músicas e as monumentais e ao mesmo tempo rigorosas performances no palco e em filmes e vídeos, Laurie Anderson manteve a intensidade e a radicalidade que a singularizam como grande artista. Ela parece ter a capacidade especial de, no mesmo golpe, falar às pessoas do mais quotidiano de suas vidas e mostrar-lhes como aí mesmo se encontra o mais inesperado. Em cena, por exemplo, Laurie Anderson consegue invocar com tanta beleza imagens, palavras e sons para acompanhá-la, usando e intervindo em seu corpo, em sua voz, que uma atmosfera muito envolvente nos atinge. Ao mesmo tempo, tudo é feito com muito rigor e somos, portanto, não apenas afetados em nossa emoção, mas também levados a pensar sobre os temas que levanta. O leitor vai encontrar, em Fabulações Eletrônicas, uma excelente descrição de todos os recursos e modalidades de arte que Laurie Anderson mobilizou em cada momento, ao mesmo tempo em que Fernando vai discutindo questões e apontando com sensibilidade as intensidades dessa obra”.

Janice Caiafa

 

Processos comunicativos contemporâneos e suas interfaces com a arte e a tecnologia. Nestas fronteiras encontra-se a trama e o tema deste livro: o trabalho da artista americana Laurie Anderson. Estabelecendo a narração de histórias e o uso tecnologia como parte integrante de suas produções, Anderson ficou conhecida como uma “performer multimídia” ou “pós-moderna” – categoria típica das apresentações da arte da performance nos anos 80 e 90, marcada pela pesquisa de linguagem com a mídia e a tecnologia e por uma cena que discute as questões do corpo, das imagens e os modos de percepção da realidade. Em sua arte, objetos, imagens e sons eletrônicos valem tanto por seu efeito criador quanto pelos questionamentos a que dá lugar. Tecnologia e narrativa tornam-se aí um meio poético de resistir às “palavras de ordem” do presente e de produzir senhas para sua singularização. Por insistir em desacomodar cate­gorias e definições artísticas, seu trabalho segue, nesse início de século, não apenas interpelando nossas visões de mundo, mas também fazendo-nos pensar sobre o estatuto da arte e da experiência comunicativa na atualidade.

Fernando do Nascimento Gonçalves

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